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Após tarifaço, TikTok vira vitrine chinesa, e influencers usam até marcas que não fabricam lá para atrair consumidor


Anunciantes usam marcas famosas, como Hèrmes e Louis Vuitton, para atrair consumidores, embora empresas neguem fabricação no país. Nike recomenda procurar canais oficiais, e especialista alerta sobre risco de falsificação: 'Preço elevado das marcas de luxo não se deve ao custo de produção, mas à percepção de valor e exclusividade'. Tarifaço de Trump: chineses mostram suposto segredo de produtos de luxo no TikTok Após o tarifaço imposto por Donald Trump contra produtos chineses, o TikTok virou uma vitrine para vendedores da China, que usam marcas famosas, como Hèrmes, Louis Vuitton e Nike, para atrair os consumidores. Algumas dessas marcas, entretanto, sequer têm produção no país asiático e, mesmo nos casos em que isso acontece, a ideia de que seria possível comprar diretamente dos fabricantes é considerada por um especialista em negócios ouvido pelo g1 como uma hipótese bem remota. Tem sugestão de reportagem? Escreva para o g1 Alguns desses vídeos, inclusive, foram tirados do ar. As diretrizes do TikTok dizem que a plataforma "é um lugar onde você pode compartilhar ou pesquisar informações sobre produtos ou atividades comerciais regulamentadas", mas ressaltam que a rede social "não é um local para tráfico ou comércio ilegal, nem um mercado não oficial (contrabando)". Visualizações cresceram após tarifaço Embora esses vídeos já circulassem antes, ganharam força com o aumento das tarifas americanas contra a China, que chegaram a 145%, podendo alcançar 245% para alguns produtos. Desde então, novos vídeos continuam sendo publicados, alimentados pela guerra comercial. A hashtag #madeinchina (Feito na China, em tradução livre), usada em alguns desses vídeos, cresceu após o tarifaço, segundo dados do TikTok. Veja a variação de menções nos gráficos abaixo: Nos Estados Unidos: Tendências da hashtag "madeinchina" nos Estados Unidos desde antes do tarifaço até 25 de abril TikTok Creative Center No Brasil: Tendências da hashtag "madeinchina" nos Estados Unidos desde antes do tarifaço até 25 de abril TikTok Creative Center Alguns usuários chegam a ver esses vídeos como atos de resistência às tarifas impostas por Trump ou como a revelação do que seriam, segundo eles, "verdades ocultas". "Essa guerra comercial está expondo o que é verdade e o que é fake", diz o influenciador Money Bates em um vídeo com mais de 11 milhões de visualizações. "Eles [chineses] vêm produzindo — e produzem por um preço mais baixo", afirma. TikTok vira vitrine de produtos chineses Reprodução/TikTok “Eu estou chocada sobre o quanto a China está expondo o segredo de grandes marcas e não está com medo de nada. Isso porque grandes empresas chinesas que produzem artigos de luxo estão mostrando como tudo é feito lá na China”, diz uma usuária brasileira do TikTok. Resistência? Não é bem assim... O que os criadores desses vídeos estão fazendo, entretanto, é vender produtos. No final de muitos dos vídeos, os vendedores orientam os usuários a clicarem em links no perfil ou a enviarem mensagens privadas para receberem links de fábricas. A ideia difundida é a de que as peças mostradas nos vídeos são as que vão parar nas prateleiras das lojas de marcas de luxo nos EUA e na Europa, ou que são similares às originais e têm o mesmo grau de qualidade. Um vídeo publicado após o tarifaço por um perfil chamado Wukong_LuxeLadyCraft afirma que os logos das marcas de luxo seriam a única coisa que diferencia os produtos vendidos no exterior daqueles vendidos pelas fábricas que suprem esse mercado. Vídeo no TikTok diz que única diferença entre bolsa fabricada na China e na Europa seria o logo das marcas. Reprodução/TikTok "Mais de 80% das bolsas de luxo são feitas na China. Normalmente com os mesmos materiais e artesanato que as versões europeias. A única diferença? O rótulo”, diz a vendedora. Até a publicação da reportagem, o perfil tinha 5 mil seguidores e mais de 80 mil curtidas. O especialista em negócios e tecnologia Arthur Igreja alerta para riscos sobre o que está sendo vendido por esses perfis. “Não tem nada de diferente de quem estende uma toalha no meio da rua e vende uma Louis Vuitton falsificada. Agora é via TikTok, via rede social”, diz. Igreja afirma que muitos desses vídeos exploram o desejo do consumidor por um “milagre de consumo”, algo similar à Black Friday. “A pessoa quer acreditar que está fazendo um grande negócio, mas ignora que o preço elevado das marcas de luxo não se deve ao custo de produção, mas à percepção de valor e exclusividade. Não existe milagre”, diz. O que o especialista em negócios recomenda é que os consumidores mantenham uma “desconfiança proativa”: “A pessoa precisa desconfiar de tudo. Questionar por que está muito barato. Se quiser verificar uma promoção, vá direto ao site oficial da marca”, disse. “[Essas fábricas] são auditadas com extremo rigor. É inocência achar que alguém dentro dessas fábricas vazaria vídeos e venderia produtos diretamente”, afirma. Além disso, Igreja afirma que embora algumas marcas como Nike, Adidas, New Balance e Lululemon de fato tenham parte da sua produção na China, seria inocente acreditar que é possível comprar esses produtos diretamente das fábricas, sem a intermediação das empresas. Em um perfil que vende bolsas, um homem que se apresenta como fabricante afirma que um item da marca Hermès, que custa US$ 23,6 mil nas lojas oficiais, sai por US$ 600 na China. “Vamos expor os segredos sujos dos preços de luxo”, diz. O vídeo, publicado antes do tarifaço, não está mais disponível na plataforma. A vendedora Luna afirma, em um dos seus vídeos, que é possível conseguir uma calça da marca de roupas esportivas Lululemon por 5% do preço pelo qual ela é vendida nos EUA. "Acho que a maioria de vocês sabe o preço da Lululemon ou de outras grandes marcas. Eles vendem uma calça legging por US$ 100. Adivinha só: nessas duas fábricas [chinesas], você consegue por US$ 5 ou US$ 6", diz ela. A versão original do vídeo foi excluída do perfil da vendedora, mas já foi replicada por outros perfis. O que dizem as marcas? A Hermès e a Louis Vuitton afirmam não possuir produção na China. A Hermès diz, ainda, que fabrica a maior parte dos produtos na França. A Lululemon, em um relatório de 2023, afirma que 19% dos seus produtos são produzidos na China, mas negou ao jornal "The New York Times" trabalhar com os fabricantes citados nos vídeos e alertou contra falsificações. Procurada pelo g1, a Nike recomendou que os consumidores procurassem as lojas oficiais ou parceiros autorizados. Adidas, que tem 16% de sua produção feita na China, e a New Balance, que tem dezenas de fornecedores no país, não responderam.

Por que maioria dos economistas diz que tarifas não funcionam — e o que argumenta quem as defende


Muitos economistas acreditam que o livre comércio é o modelo mais benéfico para a economia global; ainda assim, o protecionismo tem seus defensores. Trump anuncia tarifas recíprocas REUTERS/Carlos Barria Poucas ideias geram tanto consenso entre economistas quanto o fato de que tarifas de importação são uma má ideia. Apesar de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar estar convencido de que a imposição de tarifas sobre importações de outros países vai gerar "resultados históricos" que tornarão seu país "rico de novo", a maioria dos economistas considera essa medida um obstáculo ao progresso. Trump impôs tarifas pesadas e as transformou em uma das bandeiras do seu segundo mandato. Mas a maioria dos especialistas aponta que essa medida vai ser prejudicial, e que os principais prejudicados provavelmente serão os consumidores e as empresas americanas. Como a ciência econômica chegou a essa conclusão negativa sobre as tarifas? O que são tarifas e o que dizem seus defensores? Tarifas são impostos cobrados sobre produtos importados que são pagos na alfândega pelos importadores. Por exemplo, se uma empresa americana quiser importar madeira no valor de US$100 (R$ 568) e o governo americano tiver aplicado uma tarifa de 10% sobre o país de origem do produto, a empresa vai ter que pagar US$ 110. Durante décadas, as tarifas foram um instrumento de políticas econômicas protecionistas, usadas em diferentes países por governos que buscavam proteger a indústria local da concorrência externa. Os defensores do protecionismo acreditavam que a imposição de tarifas favoreceria o desenvolvimento da indústria nacional, que eles consideravam fundamental para o desenvolvimento econômico, e que estaria sendo prejudicado pela entrada de produtos estrangeiros. Foi essa lógica defendida, entre outros, por Alexander Hamilton, um dos "pais fundadores" dos Estados Unidos, que propôs a imposição de tarifas para frear as importações da Grã-Bretanha e permitir que a indústria da jovem república americana decolasse. A teoria protecionista sustentava que as restrições à concorrência estrangeira ajudariam a indústria nacional, que, com menos concorrentes de fora, poderia aumentar seus lucros e empregar mais trabalhadores locais. Além disso, equilibraria a balança comercial e contribuiria para a capitalização do país. É a mesma lógica aparentemente adotada por Trump mais de dois séculos depois, ao defender que os carros americanos sejam fabricados dentro dos Estados Unidos e que a receita gerada pelos impostos sobre importação compense a arrecadação perdida com a redução de tributos que ele prometeu. Tarifas de Trump podem levar à enxurrada de produtos chineses no Brasil O que dizem os economistas de hoje sobre as tarifas Há décadas, a ideia de que tarifas sobre importações fazem mais mal do que bem é dominante. Nas palavras de Erika York, analista da Tax Foundation, um centro de análises dos Estados Unidos, "barreiras comerciais, como as tarifas, têm demonstrado causar mais prejuízos econômicos do que benefícios". "[As tarifas] aumentam os preços, reduzem a oferta de bens e serviços, o que resulta em queda na renda, redução de emprego e uma menor produção", diz York. Atualmente, a principal preocupação é que as tarifas provoquem um efeito imediato de alta nos preços, em um momento em que os Estados Unidos e o mundo começam a superar a onda de inflação dos últimos anos. As tarifas impactam as margens de lucro dos fabricantes e importadores, o que em muitos casos vai impactar no preço final dos produtos, contribuindo para uma possível queda do consumo e, consequentemente, do crescimento econômico. "Quando um produto é mais caro para uma empresa, ele será vendido por um preço mais alto para o consumidor, e o consumidor vai ter que pagar mais ou decidir não comprar, o que vai desacelerar a economia", explica Sebnem Kalemli-Özcan, professora de economia da Universidade Brown. Por isso, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, alertou que as tarifas propostas por Trump têm "alto risco de gerar mais desemprego e mais inflação". Os especialistas também criticam a "obsessão" de usar a balança comercial como um indicador da prosperidade de um país. Trump costuma dizer que o déficit comercial dos Estados Unidos é prova de que seu país está sendo explorado pelo resto do mundo há anos. Contudo, a balança comercial é apenas um indicador que mede o fluxo de bens e serviços e de capital, o que reflete nos fluxos financeiros, mas não necessariamente na saúde da economia. York dá um exemplo de por que se focar apenas na balança pode ser enganoso. Imagine que uma empresa americana envia um carregamento no valor de US$ 100 milhões à França. Como a quantia está saindo do país, ela é registrada como déficit para os Estados Unidos. Se após vender os produtos na França, esse mesmo navio volta com mercadorias francesas avaliadas em US$ 30 milhões para serem vendidas, há uma redução no déficit na balança comercial, mas ele ainda soma US$ 70 milhões. Só que, no fim das contas, essa empresa americana vendeu um total de US$ 130 milhões entre os dois países. Outro ponto levantado pelos especialistas é que o protecionismo foi abandonado devido à percepção de que, embora possa trazer benefícios a curto prazo para um determinado setor industrial, a longo prazo acaba sendo prejudicial para a economia no geral. Os agricultores locais, por exemplo, podem aumentar suas vendas e sua participação de mercado quando não têm que enfrentar concorrência estrangeira. Mas, em larga escala, a falta de concorrentes levará a um encarecimento dos preços dos produtos e, possivelmente, a uma queda da qualidade que acabará afetando todos os consumidores. "À medida que os consumidores gastam mais em produtos sobre os quais foi imposto a tarifa de importação, eles têm menos dinheiro para gastar em outros. Assim, uma indústria é sustentada às custas de outras", explica York. As tarifas também são consideradas um imposto pouco justo, uma vez que incidem sobre os produtos sem considerar o nível de renda dos consumidores. Como geralmente resultam em aumento dos preços, acabam afetando mais as pessoas com menos renda. Por exemplo, se o preço dos abacates sobe 15% como resultado das tarifas, o impacto será maior para as famílias que têm pouca ou nenhuma margem financeira para lidar com esse aumento. Segundo um estudo publicado por um grupo de economistas na revista acadêmica Journal of Purchasing and Supply Management, as tarifas acabam sendo prejudiciais até mesmo para setores que deveriam ser protegidos por elas. "Ainda que as tarifas possam oferecer alguma proteção a certas indústrias, elas também podem criar ineficiências" tanto para essas empresas quanto para seus parceiros e clientes na cadeia de suprimentos, afirma o estudo. Trump admite 'problemas de transição' com tarifas O que a história nos ensina sobre as tarifas A ideia de que o livre comércio é uma forma de prosperidade está presente entre os economistas clássicos há muitos séculos. Adam Smith, considerado o pai da ciência econômica moderna, já defendia essa ideia em seu livro A riqueza das nações, de 1776. Smith argumentou que o livre comércio permitiria a cada país se especializar nos produtos que lhe eram mais convenientes e com os quais obteria mais lucro, em vez de ter que produzir toda a demanda do seu mercado. Várias experiências do passado levaram os economistas ao consenso atual sobre as tarifas e o protecionismo. Robert Gulotty, professor de Ciência Política da Universidade de Chicago, lembra da Lei de Embargo de 1807, aprovada nos Estados Unidos para restringir o comércio com a Grã-Bretanha e a França. "[A lei] teve como efeito uma redução drástica das importações e exportações dos Estados Unidos e a expansão do comércio britânico na América do Sul, o que levou à guerra de 1812", entre os Estados Unidos e sua antiga metrópole. Recentemente, Joseph S. Stiglitz, Nobel de Economia, disse em uma conferência que o programa protecionista implementado pelos Estados Unidos na década de 1930, quando o país sofria uma grave crise econômica provocada pelo colapso da Bolsa em 1929, foi "um fator importante que contribuiu para a Grande Depressão". "Não foi um programa de criação de emprego. Foi um programa de destruição de emprego", disse Stiglitz, alertando que a imposição de tarifas por um país pode desencadear medidas de retaliação de outros, algo que acontece há anos entre os Estados Unidos e China, as duas maiores economias do mundo. "Sabemos que esse tipo de guerra comercial leva a uma redução nas condições de vida da população", afirmou Stiglitz. Castigados por experiências como a da década de 1930, os líderes mundiais optaram, após o fim da Segunda Guerra, por remover barreiras comerciais no mundo todo, um movimento impulsionado, sobretudo, pelos Estados Unidos. A assinatura em 1948 pelo Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT, na sigla em inglês) resultou em um sistema de maior abertura comercial e na eliminação generalizada de tarifas, o que levou à criação da Organização Mundial do Comércio em 1995, um legado que é visto positivamente pela maioria dos economistas. Foi na era da globalização que, segundo Erika York, "o mundo abandonou as políticas comerciais protecionistas, movendo em direção a um sistema de comércio aberto baseado em regras", algo que "tem gerado benefícios, em geral, como aumento de renda, preços mais baixos e mais opções para os consumidores" Após a Segunda Guerra Mundial, também se iniciou um processo de integração, que levou à criação da União Europeia, fundamental para a reconstrução do continente após o desastre deixado pela guerra e para o desenvolvimento que a Europa tem experimentado desde então. Além disso, estudos sobre os episódios mais recentes, como as tarifas impostas a produtos chineses durante a primeira presidência de Trump, também revelaram mais prejuízos do que benefícios, e mostraram que quem acabou sofrendo o impacto dessa medida foram os consumidores americanos.

‘Você parou igual idiota’: estudante cria cartão para dar recado a motoristas espaçosos


Vitor Todorov queria uma abordagem bem-humorada e educativa para mudar o comportamento dos motoristas mais folgados que cruzassem o caminho. Acabou criando um produto e garantiu alguns milhões de visualizações nas redes sociais. Estudante cria cartão para conscientizar motoristas Divulgação | @estacionadireito Lidar com o trânsito das grandes cidades já é estressante o suficiente. A situação piora ainda mais quando, ao chegar ao destino, há um carro atrapalhando todo mundo. O estudante de engenharia de produção Vitor Todorov, de 23 anos, cansou de se deparar com veículos estacionados incorretamente, ocupando mais de uma vaga ou em locais proibidos. “Na frente da casa dos meus pais existia um bar que deixava as ruas lotadas. Era muito desrespeito às faixas de sinalização e placas de ‘proibido estacionar’. Bloqueavam até a garagem do prédio. A gente fazia denúncia na CET, mas nada tinha efeito”, conta Todorov. Ele resolveu, então, distribuir cartões “educativos” e mostrar os episódios nas redes sociais. Os dizeres são autoexplicativos: “Atenção: você parou como idiota. Vire para ver o motivo”. No verso do cartão, há uma série de opções para indicar ao motorista infrator qual foi o erro cometido. Entre as respostas estão “ocupou mais de uma faixa” ou “bloqueando calçada/rampa”, entre outras. LEIA MAIS Tesla busca substituto para Elon Musk, diz jornal; empresa nega Royal Enfield transforma a Himalayan 450 em outra moto — muito melhor; confira o teste do g1 Volkswagen Nivus GTS é anunciado por R$ 174.990; veja detalhes e ficha técnica Initial plugin text A maior inspiração de Vitor veio das redes sociais, onde ele encontrou perfis estrangeiros que faziam parecido com os carros estacionados de forma irregular. “Esses perfis são muito agressivos nas críticas e colam adesivos nos carros das pessoas. Não quisemos seguir esse caminho.” “A nossa ideia não é prejudicar a pessoa, mas deixar um lembrete – que pode ser facilmente retirado – para que ela se toque na próxima vez que for estacionar”, explica Todorov. O estudante optou por uma abordagem bem-humorada para evitar um embate com o dono do carro. A ideia é que a pessoa se autocritique, pois será ela mesma vendo o cartão, sem ter ninguém para reclamar, explica. Atualmente, os perfis do @estacionadireito somam pouco mais de 10 mil seguidores, com publicações que já ultrapassam 1,6 milhões de visualizações. Além de vídeos em que Vitor demonstra os erros ao estacionar, ele também circula com sua scooter pela região metropolitana de São Paulo, registrando infrações cometidas por outros motoristas. O que diz a lei? O g1 consultou o Código Brasileiro de Trânsito (CTB) para definir as penalizações de cada opção do cartão do influenciador. Veja abaixo as possíveis penalidades para quem estaciona de forma errada: Estacionou ocupando mais de uma vaga: infração média, multa de R$ 130,16 com quatro pontos na CNH e remoção do veículo; Bloqueando calçada/rampa: infração média, multa de R$ 130,16 com quatro pontos na CNH e remoção do veículo; Estacionou fora da linha: neste caso, existem duas possibilidades. 1️⃣Afastado do meio-fio de 50 centímetros a um metro: infração leve, multa de R$ 88,38 com três pontos na CNH e remoção do veículo; 2️⃣Afastado do meio-fio a mais de um metro: infração grave, multa de R$ 195,23 com cinco pontos na CNH e remoção do veículo; Estacionou em vaga de deficiente ou idoso sem permissão: infração gravíssima, multa de R$ 292,47 com sete pontos na CNH e remoção do veículo; Estacionou muito perto de outro carro (se houver o impedimento da movimentação de outro veículo): infração média, multa de R$ 130,16 com quatro pontos na CNH e remoção do veículo; Inventou uma vaga ou estacionou em faixa de pedestre: infração grave, multa de R$ 195,23 com cinco pontos na CNH e remoção do veículo; Estacionou bloqueando ponto de ônibus: infração média, multa de R$ 130,16 com quatro pontos na CNH e remoção do veículo; Estacionou bloqueando entrada de garagem: infração média, multa de R$ 130,16 com quatro pontos na CNH e remoção do veículo; Estacionou em local proibido: aqui também existem duas possibilidades. 1️⃣Proibido estacionar: infração média, multa de R$ 130,16 com quatro pontos na CNH e remoção do veículo; 2️⃣Proibido parar e estacionar: infração grave, multa de R$ 195,23 com cinco pontos na CNH e remoção do veículo. Comércio dos cartões Vitor Todorov e seu amigo Bruno Rocca, colegas de classe no Instituto Mauá de Tecnologia, já venderam mais de 15 mil cartões desde fevereiro. O comércio começou pelas redes sociais e rapidamente despertou o interesse de outros usuários, criando uma oportunidade de negócio. “Muita gente já mandou vídeos para nossos perfis nas redes. Todos os vídeos tiveram boas reações”, disse Todorov. Sabendo que poderiam alcançar um público grande, Vitor e Bruno já tinham montado uma estratégia para comercializar os cartões ao criar os perfis na rede. “Eu quis que a página já tivesse uma boa estrutura, com formas de pagamento, tipos de frete, embalagens, estoque e uma loja 100% pronta”, explica. Veja os pacotes: 10 cartões: R$ 14,99; 20 cartões: R$ 19,99; 50 cartões: R$ 39,99; 100 cartões: R$ 69,99; 200 cartões: R$ 129,99. g1 testa o novo VW Nivus: é melhor que os rivais? ‘Idiota’ é ofensa? Vitor afirma que o uso da palavra “idiota” é ofensivo, mas menos agressivo do que outras palavras. “Tentamos encontrar um termo intermediário, que não deixe a pessoa revoltada ou constrangida, mas que a faça refletir. Quem vai deixar o cartão não saberá quem é a pessoa que vai recebê-lo e vice-versa”. 🔎 O uso do adjetivo pode ser caracterizado como “injúria”, conforme o Código Penal Brasileiro. Injúria é o ato de falar de alguém de maneira negativa, prejudicando sua reputação. Segundo Danilo Vieira, advogado e presidente do Instituto Brasileiro de Direito do Trânsito (Ibdtransito), do ponto de vista jurídico, deixar bilhetes em veículos de terceiros — sejam recados genéricos, panfletos, críticas ou ofensas — não tem previsão específica no CTB como infração administrativa de trânsito. No entanto, é crucial analisar o conteúdo da mensagem. “Quando esses bilhetes contêm ofensas, insultos, xingamentos ou expressões depreciativas, o autor pode incorrer em crimes contra a honra, conforme os artigos 139 a 140 do Código Penal, especialmente nos tipos de injúria e difamação.” “O fato de o meio utilizado ser um bilhete deixado em local público, como o para-brisa de um carro, não isenta a responsabilidade penal — pelo contrário, pode caracterizar a intenção de expor o conteúdo a terceiros, reforçando o dolo”, esclarece o advogado. “Já no caso de mensagens neutras, como 'você estacionou mal' ou 'por favor, não pare aqui', embora possam parecer incômodas, não configuram infração penal ou administrativa por si só, salvo se houver reincidência com caráter de assédio ou ameaça”, finaliza.

Entenda em 5 pontos a crise política causada pelas fraudes no INSS


Operação da Polícia Federal revelou esquema que desviou R$ 6,3 bilhões de aposentados. Nesta sexta, o ministro da Previdência deixou o cargo, após situação ficar insustentável; oposição quer CPI. A demissão do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), nesta sexta-feira (2), marca o ápice até aqui de uma crise política que começou com a revelação de um esquema bilionário de fraudes envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A Polícia Federal estima que até R$ 6,3 bilhões tenham sido desviados de aposentados e pensionistas desde 2019. A seguir, veja os principais pontos da crise: 1. O que são as fraudes no INSS Uma operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que entidades sindicais e associações que prestam serviços a aposentados cadastravam beneficiários do INSS sem autorização — usando assinaturas falsas — para aplicar descontos mensais diretamente na folha de pagamento. Segundo as investigações, o esquema começou no governo de Jair Bolsonaro (2019–2022) e se aprofundou no atual governo. Entre os alvos está o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, apontado como o operador central do esquema e sócio de 21 empresas. A fraude pode ter atingido 4,1 milhões de pessoas. Entre 2023 e o primeiro semestre de 2024, os descontos indevidos superaram R$ 3,2 bilhões. Em 95% dos casos, os beneficiários afirmaram que não autorizaram os débitos. 2. Queda de Lupi e do presidente do INSS O escândalo levou à demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, na semana passada. Ele foi indicado ao cargo por Carlos Lupi e foi citado nas investigações como figura-chave da estrutura envolvida nas fraudes. Diante da pressão crescente, Lupi pediu demissão nesta sexta-feira (2). Em nota, afirmou que seu nome não foi citado nas investigações, mas reconheceu a gravidade da crise. A saída foi negociada diretamente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos bastidores, o governo avaliava que a permanência de Lupi era insustentável e que o desgaste poderia contaminar ainda mais a imagem do Planalto. Lupi deixa Ministério da Previdência após escândalo de fraudes no INSS 3. O novo ministro já estava no centro das discussões O escolhido para substituir Lupi foi Wolney Queiroz, ex-deputado federal do PDT e número dois da pasta. Ele exercia o cargo de secretário-executivo da Previdência Social e também participou da reunião do Conselho Nacional da Previdência, em 2023, na qual as primeiras denúncias foram apresentadas. Só que medidas para coibir a fraude foram tomadas só um ano depois. A escolha de um nome ligado diretamente à antiga gestão pode não acalmar os ânimos como o governo gostaria. A oposição já sinaliza que vai cobrar explicações e pode passar a pressionar agora pela saída de Wolney. Leia também: Blog do Octavio Guedes: governo teme novo 'caso Pix' e quer falar com todos os segurados do INSS Wolney Queiroz foi nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao lado da ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) Reprodução 4. A ameaça de uma CPI no Congresso Aliados de Lula admitem preocupação com a possibilidade de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso. Parlamentares da oposição, especialmente do PL e do Novo, já articulam os primeiros movimentos. A fragilidade da base do governo no Congresso — que depende de apoios do Centrão — torna qualquer CPI um fator de desgaste adicional, especialmente em um tema sensível como o desvio de recursos de aposentados. Ano que vem é ano eleitoral. Uma CPI em 2025 tem o poder de afetar as ambições do governo. 5. O desafio do ressarcimento O governo prometeu devolver os valores descontados indevidamente dos beneficiários. O presidente Lula determinou que a AGU processe as associações envolvidas e garanta o ressarcimento às vítimas. Mas até agora não foi apresentado um plano claro de como ou quando isso será feito. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo está buscando “o caminho” para fazer os pagamentos. A CGU e a AGU ainda avaliam como estruturar a devolução. Enquanto isso, a pressão por respostas aumenta — e a crise segue sem prazo para terminar.

Mega-Sena pode pagar R$ 11 milhões neste sábado


Apostas podem ser feitas até as 19h em lotéricas ou pela internet. Mega-Sena Marcelo Brandt/G1 O concurso 2.858 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 11 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 20h deste sábado (3), em São Paulo. No concurso da última terça-feira (29), ninguém ganhou o prêmio máximo. A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer a sua aposta online. A Mega-Sena tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados. Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio Para apostar na Mega-Sena As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos. É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito. Probabilidades A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa. Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.

Trump fala em 'período de transição' e minimiza risco de recessão nos EUA


Declaração do republicano ocorre apesar dos impactos negativos atribuídos ao seu tarifaço e à guerra comercial em curso com a China. No 1º trimestre, o PIB dos EUA recuou 0,3% em taxa anualizada. Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Mike Stewart/ AP Photo O presidente Donald Trump afirmou nesta sexta-feira (2) que os Estados Unidos estão em um "período de transição" e que o país terá resultados "fantásticos", mesmo diante dos impactos negativos atribuídos ao seu tarifaço e à guerra comercial em curso com a China. A declaração do republicano, na qual também minimizou os efeitos de uma eventual recessão econômica nos EUA, ocorreu durante uma entrevista à NBC News. Questionado se seria aceitável uma recessão de curto prazo, Trump afirmou que "está tudo bem". "Olha, sim, está tudo bem. O que estamos passando, eu disse, é um período de transição. Acho que vamos nos sair fantasticamente." LEIA TAMBÉM Trump diz que EUA estão fazendo algo que já deveria ter sido feito 'Supertaxa das blusinhas' de Trump entra em vigor nesta sexta-feira (2) Trump 100 dias: aprovação do presidente dos EUA despenca O comentário de Trump sobre a transição econômica dos EUA reitera uma postagem feita por ele mais cedo nas redes sociais, na qual destacou a força do mercado de trabalho do país e reiterou seu pedido para que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) reduza os juros. "Estamos apenas em um estágio de transição, só começando!", escreveu Trump. A publicação veio após a divulgação de dados nos EUA mostrarem uma leve desaceleração na criação de empregos em abril. Além disso, na última quarta-feira, o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA teve queda de 0,3% em taxa anualizada no primeiro trimestre, após aumentar 2,4% nos últimos três meses de 2024, de acordo com dados preliminares do Departamento do Comércio do país. 🔎 A taxa anualizada mostra como a economia cresceria em um ano se o ritmo atual for mantido. Essa medida é usada para facilitar a comparação com o crescimento de outros períodos. O resultado contraria as primeiras expectativas dos analistas, que previam uma alta de 0,3% para o período, e foi puxado por uma grande quantidade de bens importados por empresas que queriam evitar custos mais altos da política de tarifas anunciada pelo presidente dos EUA. Além disso, a confiança do consumidor no país está próxima dos níveis mais baixos em cinco anos, e o sentimento empresarial despencou. As companhias aéreas, por exemplo, citam incerteza devido às tarifas, enquanto economistas alertam que as taxas aumentarão os custos para empresas e famílias. Donald Trump completa 100 dias de governo nos EUA Popularidade em queda Trump, que acaba completar 100 dias de governo, tem enfrentado um crescente descontentamento público em relação à sua gestão da economia. Muitos economistas preveem que a ampla gama de tarifas impostas nos últimos meses aumentará a inflação e desacelerará o crescimento. Uma pesquisa do instituto Ipsos, do jornal "Washington Post" e da rede de TV ABC News, por exemplo, mostrou no último domingo (27) que Donald Trump é o presidente dos EUA com pior aprovação aos 100 dias de mandato em 80 anos. Veja o resultado: Aprovam Trump: 39% Desaprovam: 55% Não responderam: 5% Os números não somam 100% por conta de arredondamentos. Sobre a economia do EUA, 73% disseram que ela está em má situação, 53% afirmaram que piorou desde que Trump tomou posse e 41% disseram que as suas finanças pessoais pioraram. Na terça-feira (29), Trump contestou as recentes pesquisas de opinião e afirmou que elas são manipuladas. Trump sugeriu que teria cerca de 70% de aprovação, o que contraria dados de vários institutos de pesquisa. As declarações de Trump foram feitas durante o discurso de 100 dias de governo. Em tom de campanha eleitoral, o presidente falou para apoiadores em um evento no Michigan. Na ocasião, o presidente alegou que os institutos de pesquisa entrevistam mais democratas do que republicanos e que, por isso, os dados de aprovação não seriam tão favoráveis. * Com informações da agência de notícias Reuters

Lupi já entrou em reunião com Lula sabendo que deixaria o ministério; tom da conversa foi cordial


Lupi já entrou em reunião com Lula sabendo que deixaria o ministério Carlos Lupi já entrou na sala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como ex-ministro. Ele sabia que a decisão já estava tomada e que a saída era inevitável. O ex-titular da Previdência anunciou que estava deixando o governo logo após a reunião, no fim da tarde desta sexta-feira (2). O pedido de demissão ocorre na esteira das fraudes do INSS, que desviaram dinheiro de aposentados. As conversas para sucessão do ministro vinham ocorrendo há pelo menos dois dias, e o diagnóstico era claro: a permanência de Lupi no comando do Ministério da Previdência havia se tornado insustentável. O argumento que o convenceu a sair não veio apenas de aliados dentro do PDT, mas especialmente de integrantes do próprio governo. A avaliação era a de que, mesmo com mudanças no INSS, o peso político das fraudes identificadas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU) continuaria recaindo sobre Lupi. Isso porque ele indicou o presidente do instituto, e durante sua gestão o número de irregularidades cresceu exponencialmente. Mas vale ressaltar que a escolha de Wolney Queiroz como novo ministro, que também é do PDT e era o número 2 de Lupi, já que exercia o cargo de secretário-executivo da Previdência, pode trazer problemas para o governo (entenda mais abaixo). Lupi pede demissão do cargo de ministro da Previdência Tom cordial com Lula A conversa com o presidente Lula foi descrita como amena e politicamente cordial. Lula abriu espaço para que Lupi fizesse pedidos, e a saída será publicada no Diário Oficial da União como “demissão a pedido”. Nos bastidores, porém, aliados admitem que Lupi resistiu à decisão. Ele não queria deixar o cargo, mas reconheceu que a crise se agravou a ponto de não haver mais alternativas. Ficou acordado que Lupi comunicaria pessoalmente sua saída, e que a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) não faria uma nota oficial sobre o episódio. Ministro da Previdência, Carlos Lupi, fala Comissão de Previdência, Assistência Social da Câmara sobre as fraudes do INSS. Ton Molina/FotoArena/Estadão Conteúdo Sucessor do PDT Durante a reunião, ficou decidido que o PDT continuará na base aliada do governo. O novo ministro será Wolney Queiroz, ex-deputado federal do PDT e número dois de Lupi no Ministério da Previdência. O governo não quer perder o PDT na base. Apesar de ser um nome do mesmo partido, a escolha de Wolney pode trazer novos problemas para o governo. Isso porque ele participou de reuniões nas quais poderiam ter sido discutidas as fraudes no INSS — mas não foram. O envolvimento, mesmo que indireto, levanta dúvidas sobre sua capacidade de afastar a crise. Crise continua A saída de Lupi não encerra a crise. O governo ainda precisa apresentar um plano efetivo de ressarcimento às vítimas dos descontos indevidos nas aposentadorias e pensões. Enquanto isso não acontecer, a pressão política e social deve continuar.

Ovo atinge menor preço de 2025 em abril após recordes nas cotações, aponta centro de pesquisas da USP


Segundo o Cepea da Esalq de Piracicaba (SP), cotações da caixa de ovos comercias vermelhos com 30 dúzias caíram quase 12% entre os dias 1º e 30 de abril. Preços dos ovos registram queda após onda de calor Claudia Assencio/g1 Preços dos ovos registram alta no fim de janeiro de 2025 Claudia Assencio/g1 Depois de altas recordes nas cotações desde janeiro, com aumentos de até 40%, os preços dos ovos caíram no final de abril e alcançaram menor patamar do trimestre neste ano, nas cincos principais regiões produtoras do Brasil. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) do campus da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba (SP), e foram publicados em boletim desta sexta-feira (2). Agentes do setor consultados pelo Centro de Pesquisas nas regiões de Bastos (SP), Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Grande São Paulo (SP), Santa Maria do Jequitibá (ES), os feriados de Páscoa e Tiradentes comprometeram o desempenho das vendas da proteína. "Além disso, o fim do mês, período geralmente marcado pelo menor poder de compra da população, também influenciou na redução da demanda. Em algumas praças, o aumento dos estoques intensificou ainda mais a pressão sobre as cotações, principalmente dos ovos vermelhos", apontam os pesquisadores do Cepea. 📉A perspectiva de que preços começassem a baixar após a quaresma se concretizou. Nesse período, devido à típica redução no consumo de carnes, é comum verificar o aumento na demanda por ovos, o que também impacta nos preços da proteína. Mas, após a Páscoa, é comum que as cotações recuem. 📈Preços: Entre os dias 1º e 30 de abril, a cotação dos ovos vermelhos caiu mais de 10% no atacado na região produtora de de Santa Maria de Jetibá (ES), passando de R$ 226,99 para 204 a caixa com 30 dúzias. Em fevereiro, o produto custava R$ 276. 🥚Na região de Bastos (SP), o preço da caixa de ovos vermelhos passou de R$ 220 para R$ 200 entre os dias 1º e 3 de abril de 2025. E, na Grande São Paulo, a cotação diminuiu de R$ 227 para R$ 200 no mês. Na praça produtora de Recife, os preços da caixa dos ovos vermelhos passaram de R$ 206 para R$ 182, uma queda de 11,6% entre o primeiro e último dia de abril. Em Minas Gerais, o preços ovos vermelho cai de R$ 235 para R$ 209 a caixa. Pressão por descontos em março Após aumentos recordes no preços, com altas de quase 40% no início de 2025, as cotações dos ovos no mercado brasileiro recuaram na segunda quinzena de março na praças acompanhadas pelo Cepea. "A pressão pela concessão de descontos nos negócios aumentou, devido à típica queda da demanda neste período do mês", aponta o Cepea. "Por outro lado, alguns agentes afirmam que os estoques nas granjas estão equilibrados, sem necessidade de reduções intensas nos valores", completa. Como resultado, a intensidade das baixas variou conforme as regiões pesquisadas pelo Cepea. 📈Veja, abaixo, valores nas regiões consultadas pelo Cepea: Preço Ovos comercias/ Caixa com 30 dúzias Quanto à produção nacional de ovos para consumo, números consolidados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que, em 2024, o volume atingiu 3,83 bilhões de dúzias, avanço de 11,5% em relação ao ano anterior e um novo recorde na série histórica do Instituto, iniciada em 2012. Período de alta 🥚Os preços comerciais dos ovos mantiveram reajustes no mercado doméstico e alcançam aumentos recordes nas cotações, entre fevereiro e começo de março de 2025, nas regiões produtoras acompanhadas pelo Cepea. 🌡️A onda de calor refletiu no custo de produção e na qualidade e durabilidade dos ovos, reiteram os pesquisadores do Cepea. Associado a isso, a baixa disponibilidade da proteína no mercado interno e a demanda aquecida explicavam o encarecimento da proteína no período. 📲 Receba no WhatsApp notícias da região de Piracicaba 📈Preços: Em menos de 15 dias, a cotação dos ovos vermelhos aumentou quase 24% no atacado na região produtora de de Santa Maria de Jetibá (ES), passando de R$ 223 a caixa com 30 dúzias para R$ 276 entre 7 e 20 de fevereiro. Na região de Bastos (SP), o preço da caixa de ovos vermelhos passou de R$ 226 para R$ 241 entre os dias 7 e 20 de fevereiro. E, na Grande São Paulo, a cotação aumentou de R$230 para R$ 250 em menos de 15 dias. "Embora as vendas tenham se desacelerado, como é típico neste período do mês, a baixa oferta ainda sustenta os preços nas praças acompanhadas pelo Cepea. [...] "As médias são recordes diários reais da série do Centro. Os dados foram deflacionados pelo Índice Geral de Preços (IGP-DI) de janeiro de 2025", aponta. Entre 12 e 19 de fevereiro, as cotações do ovo branco em Santa Maria de Jetibá (ES) avançaram 1,1%, para R$ 236,21 no último dia 19 de fevereiro. Os preços dos ovos vermelhos aumentaram 5% na segunda quinzena de fevereiro. Quaresma O mercado de ovos é monitorado pelo Cepea desde 2013. A pesquisadora do setor pela o Centro de Estudos, Claudia Scarpelin, explica em artigo publicado no site da instituição que: "Historicamente, os preços seguem uma tendência sazonal de alta no período que antecede a Quaresma. Esse comportamento se repete em 2025, com uma valorização expressiva das cotações em fevereiro", disse. Custos de produção Segundo a pesquisadora, em 2024, os custos dos principais insumos da atividade, como milho e farelo de soja, aumentaram, enquanto a queda nos preços dos ovos comprometeu a rentabilidade dos produtores. Sem falar da necessidade de investir em espaços climatizados. "Além disso, outros custos, como embalagens, também pressionaram a cadeia produtiva. Diante desse cenário desafiador no ano passado, os produtores enfrentaram margens reduzidas. Agora, em 2025, com uma menor disponibilidade de ovos, foi possível repassar esses reajustes de forma mais intensa para as cotações", analisou. Ovos ficam mais caros em fevereiro Reprodução/EPTV 🐔Galinha bota menos no calor A zootecnista Gisele Neri, consultada pela EPTV, afiliada da Globo para Piracicaba e região, explica que quando a galinha começa a sentir calor, a produtividade do animal diminui. "A galinha bota menos ovo com o calor e o ovo que bota tem menos qualidade, inclusive devido a questões metabólicas. A casca do ovo fica mais fina. Com isso, o produto se quebra mais facilmente durante o manuseio e transporte. O produtor, na granja, já começa perdendo mais ovos", ressalta. 🌽Insumos mais caros Além disso, os insumos também estão mais caros, o que também reflete nos custos ao produtor. "A base da alimentação da galinha é o milho e o farelo de soja", aponta a zootecnista. Segundo dados do Cepea, a cotação do milho ficou aumentou em 12% em fevereiro, na comparação com o mês anterior, fechando em R$ 83,62. Calor afeta produção em granjas e preço do ovo cresce Os preços dos ovos já tinham altas no mercado doméstico no início de fevereiro de 2025. Na região de Bastos (SP) e na Grande São Paulo, as cotações tiveram altas de até 8,2% no último dia 7, de acordo com relatório do Cepea. 🥚O preço comercial da caixa com 30 dúzias de ovos ultrapassou os R$ 235 em algumas regiões produtoras. Confira tabela, abaixo, na reportagem. No início do mês, o avanço nas cotações esteve atrelado ao aumento gradual da demanda pela proteína e à oferta limitada. A procura deverá de manter aquecida, segundo a instituição, devido ao período de pagamento dos salários e retorno às aulas escolares. “As elevações nos primeiros dias de fevereiro já superam as observadas no primeiro mês de 2025. De acordo com colaboradores consultados pelo Cepea, há relatos de dificuldades para atender à demanda de clientes regulares em diversas regiões, enquanto a busca por novos compradores também tem aumentado”, aponta o Centro de Estudos da Esalq-USP. Preço dos ovos dispara: entenda a crise que atinge o Brasil e os EUA Getty Images via BBC Os preços dos ovos começaram o ano queda, conforme apontaram levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, as baixas no início de janeiro foram resultado da combinação de enfraquecimento da demanda e aumento nos estoques. Mas, a partir do dia 24, o cenário mudou. Fim de janeiro O ritmo de vendas já estava aquecido no mercado doméstico na última semana de janeiro, quando os preços do ovos registraram alta de até 20% nas praças produtoras acompanhadas pelo Cepea. - 👇Leia mais, abaixo. A disponibilidade da proteína está mais controlada como reflexo da demanda no atacado e varejo. Granjas se preparam para aproveitar aumento da procura por ovos na quaresma No dia 24 de janeiro, as cotações da caixa de ovos comercias vermelhos com 30 dúzias ultrapassaram os R$ 183 no Espírito Santo. Na região de Bastos (SP), alcançou R$ 171 os ovos vermelhos e os brancos R$ 149. A combinação de oferta restrita e demanda aquecida explica o cenário de elevação nas cotações. Produtores e distribuidores chegam a enfrentarem dificuldades para atender a todos os pedidos, segundo informações do relatório do Cepea. "Além da maior procura pela proteína, reflexo do crescimento das vendas no atacado para abastecer redes atacadistas e varejistas, a disponibilidade do produto também está mais controlada", afirma o Cepea. Agentes consultados pelo Cepea relatam que o descarte de poedeiras mais velhas influenciou na redução da oferta doméstica. 📝LEIA MAIS 'Crise dos ovos' nos EUA tem relatos de roubo de carga e dúzia a R$ 60 Preço dos ovos dispara: entenda a crise que atinge o Brasil e os EUA Alta de mais de 40%: por que o preço do ovo disparou no Brasil? Granja em Bastos produz 20% de todos os ovos consumidos no Brasil TV TEM/Reprodução VÍDEOS: tudo sobre Piracicaba e região Veja mais notícias da região no g1 Piracicaba

Missão é sanear e tirar 'pecha de corrupção' do INSS, diz novo presidente do órgão em segundo dia no cargo


Gilberto Waller Júnior assumiu o INSS após investigação apontar desvio do dinheiro de pensionistas. Lula deu missão de "sanear INSS", diz novo presidente O novo presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, afirmou nesta sexta-feira (2) que sua principal missão à frente do órgão será sanear a instituição e recuperar a confiança da população após os recentes escândalos de fraude. A declaração foi dada no segundo dia dele no cargo, em entrevista exclusiva para a GloboNews. “Estou há um dia dentro do INSS e estou seguindo a determinação do presidente da República, que é sanear o INSS, retirar qualquer pecha de corrupção do INSS. É para que o segurado tenha, na verdade, confiança no INSS”, afirmou Waller. O novo presidente do INSS, Gilberto Waller, em entrevista à GloboNews Reprodução Ressarcimento O novo presidente do INSS afirmou também que uma prioridade é o ressarcimento dos aposentados atingidos pelas fraudes. "O que a gente está preocupado agora é assegurar que estas instituições que se beneficiaram injustamente, ilegalmente do segurado, que elas tenham seus bens acautelados pela Justiça por meio da Advocacia-Geral da União [AGU] para que assegure que não seja o cidadão que pague esse rombo, que efetivamente ele seja ressarcido e a gente possa retirar de quem realmente cometeu a fraude ali dentro", disse Waller. Segundo ele, a nova gestão iniciou um levantamento interno de casos com indícios de irregularidades e convocou a Controladoria-Geral da União (CGU) para identificar pendências entre o INSS e os órgãos de controle. “A gente chamou a Controladoria-Geral da União para levantar pra gente todos os casos de pendência de resposta que o INSS tem para com os órgãos de controle”, disse. Waller afirmou ainda que as providências já estão sendo repassadas às equipes internas e que o objetivo é evitar a repetição de escândalos como o revelado na semana passada pela Polícia Federal. A investigação apontou um esquema bilionário de fraudes envolvendo descontos indevidos em aposentadorias e pensões por meio de associações cadastradas sem autorização. Recados aos aposentados O novo presidente do INSS deu dois recados para os aposentados. Pediu para eles confiarem na administração pública, que vai buscar o ressarcimento. E também alertou para que não acreditem em mensagens dizendo que são do INSS. "Primeiro, confie na administração pública. A administração pública, o INSS, ele vai procurar defender o seu direito. E segundo, cuidado com quem te procura. O INSS não manda link, o INSS não manda SMS. Os canais adequados de comunicação são o 135 e o 'Meu INSS'", afirmou.

'Supertaxa das blusinhas' de Trump entra em vigor nesta sexta-feira


Republicano assinou ordem executiva que colocava fim à isenção tributária de produtos vindos da China no início de abril. Com isso, remessas de até US$ 800 terão um imposto de 120% do seu valor ou uma taxa fixa de US$ 100. Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Mike Stewart/ AP Photo A "supertaxa das blusinhas" imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos produtos chineses importados com menor valor começou a valer nesta sexta-feira (2). A ordem executiva foi assinada pelo republicano no começo de abril. A medida, semelhante à decisão do governo brasileiro que colocou um imposto de importação de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50 e que ficou conhecida no Brasil como "taxa das blusinhas", coloca fim à brecha comercial norte-americana conhecida como "minimis", que permitia que pacotes de valor mais baixo vindos da China e de Hong Kong entrassem nos EUA livres de impostos. Com isso, as encomendas com valor de até US$ 800 (R$ 4,5 mil) passam a ter um imposto de 120% do seu valor ou uma taxa fixa de US$ 100 (R$ 563,94) por item. A expectativa é que essa taxa aumente para US$ 200 (R$ 1,1 mil) após 1º de junho. Antes, essas remessas eram isentas de tributos. De acordo com as diretrizes mais recentes da Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP, na sigla em inglês), a partir de hoje, as remessas que chegarem aos EUA vindos da China e de Hong Kong, independentemente do tamanho, estarão sujeitas às novas tarifas de Trump de 145%. Ainda se somam a esse valor quaisquer taxas anteriores, exceto para produtos como smartphones, que foram excluídos no mês passado. Segundo a Reuters, o número de remessas que entraram nos EUA livres de imposto aumentou exponencialmente nos últimos anos, chegando a quase 1,4 bilhão de pacotes em 2024. Além disso, ainda de acordo com a agência de notícias, mais de 90% de todos os pacotes chegavam aos EUA por meio dos "minimis". Desse total, cerca de 60% vinham da China. Trump amplia 'taxa das blusinhas' nos EUA e encarece produtos chineses Efeitos das taxas A ordem executiva assinada por Trump atinge em cheio varejistas chinesas como Shein e Temu, que respondem pela maior parte das remessas chinesas que chegam aos EUA. Tanto que, após o anúncio da medida, a Temu chegou a expandir rapidamente para um modelo de entregas semelhante ao da Amazon, que envia as mercadorias a granel para armazéns no exterior em vez de diretamente aos clientes. A decisão também fez com que essas empresas se preparassem para as novas tarifas. No final de abril, por exemplo, a Shein chegou a subir os preços dos produtos vendidos nos EUA em até 377%, em uma tentativa de se antecipar aos efeitos das novas taxas. Com receio do aumento de preços, consumidores norte-americanos chegaram a estocar produtos vindos das varejistas chinesas. VÍDEO: Americanos começam a estocar mercadorias da Shein para evitar tarifas de Trump As exportações da China também registraram uma alta de 12,4% em março em comparação ao mesmo mês do ano passado, atingindo o maior nível em cinco meses. O aumento veio após as fábricas do país aceleraram os embarques antes da entrada em vigor das novas tarifas dos EUA. *Com informações da agência de notícias Reuters. Exportações da China disparam em março, por conta de Tarifaço de Trump